segunda-feira, 21 de julho de 2014

20 de Julho de 2014

Minha vida ainda está estranha. Ainda não vivo o que, pra mim, é natural viver. E, se não tenho 'sido' família, talvez seja porque eu não tenha uma, aqui comigo. Pelo menos até Emilie voltar... E ainda não peguei uma família emprestada, como é o que acontece quando a coisa toda parece meio completa (se é que isso existe). Pra variar, minha família tem sido cada amigo real que eu tenho... Mas hoje não.
Hoje fiz diferente. Hoje eu quis diferente.
Saí daquela cama com a certeza de que o tempo daquele jogo/noite tinha expirado... rssssss
Desci a rua sem saber direito pra onde ir... quase 13hs... celular descarregado. Ir até em casa só pra carregar e me conectar com minha família/amigos? Ah não! Muito longe! Não conseguiria ganhar o dia... E não tava a fim de me 'escravizar' sob cobertas, frio e deprê.
Fome.
Quanto tempo faz? Não sei! Tive vontade de comer... algo pontual.
Temaki!
E fui. Sozinha. Eu e minha vontade.
Comi, lendo meu livro, sossegadamente e sem reparar muito nas diversas histórias de vida frequentadoras dos shoppings e praças de alimentação, como eu sempre faço.
Uma senhora, já idosa, se aproximou:
"Olá mocinha, você já terminou de comer? Vai demorar muito sentada nessa mesinha?"
"Já, já terminei sim. E já estou saindo." - estava tão entretida no livro quando ela chegou, que não tinha certeza se queria de fato ir embora dali. Embora meu trato comigo mesma envolvesse um temaki rápido e o mundo todo lá fora.
"Então, faz um favorzinho pra mim? Não vá embora ainda. Segure a mesa pra mim enquanto faço meu prato. Tudo bem? Talvez eu demore um pouquinho porque sou meio lenta. E às vezes é difícil encontrar uma mesa vazia quando já estou com o prato na mão."
"Ah, claro! Não tem problema. Fico aqui até a senhora voltar."
Abri meu livro novamente e a esperei. Não me importei com a demora porque o livro me sequestrou deliciosamente.
Rita voltou, me pediu pra lhe fazer companhia enquanto comia, contou sua história de vida, seu parecer sobre o mundo, demos boas risadas juntas, mas o sol estava me chamando enlouquecidamente e eu me despedi:
"Antes de você ir, queria te dizer uma coisa. Adriana você é linda! É linda porque tem o coração lindo! Porque tem uma cor linda e um nome lindo. Venho todo domingo nesse shopping e me sento sozinha aqui pra comer. E hoje você estava aqui, lindamente, comigo. Muito obrigada pela sua companhia. Você é uma pessoa especial."
Agradeci a Rita a chance de tê-la conhecido e todas as coisas gentis que ela me falou. E fui embora pensando em tudo aquilo, enquanto ela terminava sua refeição.
O sol estava me chamando e eu fui prum parque/praça ali perto da Giovanni. Fui na esperança de ter Jace, Clary e todos os caçadores de sombra comigo... rsssssss
Cheguei! Grama. Sol.
Descalça... pés na grama... Ô energia boa...
Sentei na mochila e antes que eu pudesse ler ou escrever qualquer coisa, me lembrei de todas as coisas que eu amo nessa minha vida.
O verde, o céu, a paz, o calor do sol... Cachorros de todos os tamanhos e cores desfilavam pra lá e pra cá longe de mim. Me arrancaram bons sorrisos. É incrível como são lindos, companheiros, fiéis, brincalhões...
Eis que veio correndo (de longe) na minha direção, a Mel.
A dona dela veio correndo atrás, em desespero.
Mel, fox paulistinha, correu e se jogou em cima de mim... Me lambeu, me abraçou, conversei com ela... #INUSITADO
A dona se desculpou dizendo que eu deveria me parecer com alguém porque ela nunca tinha feito aquilo.
"Não tem problema nenhum!"
Abracei a Mel, agradeci e elas se foram.
E, agora estou eu, escrevendo essas linhas pra dizer como Deus faz as coisas perfeitas e tem maneiras maravilhosas de transmitir algumas mensagens.
Nada do que aconteceu hoje foi normal. Me lembrei muito do dia em que a borboleta pousou no meu ombro. Naquele dia, muitas pessoas me falaram que eu tinha uma energia muito positiva e que a natureza reconhecia isso quando se aproximava de mim.
Eu não sei o que acontece de fato. Só sei que o recado que me é dado não é sobre mim mesna. É sobre um presente muito maior. De Deus pra mim. É Ele me dizendo o quanto me ama e o quanto sou especial pra Ele quando eu mais preciso ouvir ou sentir isso. Quer eu mereça ou não!
Tô aqui, rodeada de famílias 'perfeitas' com seus cachorros, seus filhos e seus sorrisos. E me sinto... completa!
Obrigada meu Deus, por inserir nesse meu coração complicado o pedaço que falta.
Eu, meu livro, meu caderno de anotações, o pé na grama, o sol, o céu azul, aberto e limpo, o verde, as árvores, os pássaros e borboletas, o lago, os cachorros, meus pensamentos... Que mais eu posso querer nessa minha tarde de domingo???




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